O Poço das Marianas vai à Bahia
 |
| Eliane Marques segura o livro O Poço das Marianas |
Eliane Marques está em turnê de apresentação do livro O Poço das Marianas pelo Estado da Bahia. A mais recente edição da Escola de Poesia traz um objeto mais que livresco, trata-se de um livro-arte, charmoso, numa embalagem envolvida em papel pardo, barbante e uma pedra de búzios. Proposta sofisticada que nos remete ao universo afro-brasileiro, com conteúdo qualitativo e bilingue (português e espanhol). Mais que uma escritora competente, Eliane Marques tem o que dizer e ensinar.
Eliane Marques é uma escritora e, também, pesquisadora, e tem se empenhado no desenvolvimento do conceito de uma psicanálise e literatura amefricana. Psicanalista, pesquisadora, editora, tradutora e colunista do jornal Zero Hora, Eliane é multifacetada. Ela também coordena o projeto Orisun Oro.
O projeto gráfico visual e a edição do Poço das Marianas foi desenvolvido por uma equipe de mulheres negras, e possui a assinatura da designer Aline Gonçalves. Acompanha o pacote uma revista contendo críticas assinadas por Ricardo Aleixo, Ronald Augusto, Prisca Augustoni e Adriano Migliavacca.
Segundo Ricardo Aleixo, no excerto impresso na orelha do Poço, “o real, na poesia de Eliane Marques, presenta-se sob a forma da fiscalidade do signo verbal. Contam, para a poesia de O Poço das Marianas, a dimensão plástico-visual do texto, o som que ele faz, sua disposição fisionômica na página - a realidade dele. Contra o comodismo da ideia de ‘representação’, a poeta nos oferta um conjunto de poemas que se recusam, linha depois de linha, a atender a qualquer expectativa, da parte de quem lê, quanto a um ‘conteúdo’ que satisfaça a vontade de ‘mais do mesmo’ que tem caracterizado a postura contemporânea diante da arte – inclusive, e talvez sobretudo, a da palavra”.
Eliane Marques não é principiante, já publicou Relicário (2009), e se alguém o pano (2016), que lhe rendeu um prêmio Açorianos na categoria de Poema; traduziu Pregão de Marimorena, da poeta uruguaia Virgínia Brindis de Salas (2021), e coordenou a edição do livro Nomes à Margem, do poeta Túlio Henrique Pereira (2017).
Segundo Ricardo Aleixo, no excerto impresso na orelha do Poço, “o real, na poesia de Eliane Marques, presenta-se sob a forma da fiscalidade do signo verbal. Contam, para a poesia de O Poço das Marianas, a dimensão plástico-visual do texto, o som que ele faz, sua disposição fisionômica na página - a realidade dele. Contra o comodismo da ideia de ‘representação’, a poeta nos oferta um conjunto de poemas que se recusam, linha depois de linha, a atender a qualquer expectativa, da parte de quem lê, quanto a um ‘conteúdo’ que satisfaça a vontade de ‘mais do mesmo’ que tem caracterizado a postura contemporânea diante da arte – inclusive, e talvez sobretudo, a da palavra”.
Eliane Marques não é principiante, já publicou Relicário (2009), e se alguém o pano (2016), que lhe rendeu um prêmio Açorianos na categoria de Poema; traduziu Pregão de Marimorena, da poeta uruguaia Virgínia Brindis de Salas (2021), e coordenou a edição do livro Nomes à Margem, do poeta Túlio Henrique Pereira (2017).
A poeta possui ambições que transcendem os limites do mercado editorial brasileiro, ela mantém a coordenação da editora Escola de Poesia, responsável por editar escritores negros desconhecidos do grande público, produzindo livros-arte de excelente qualidade gráfica, estética e textual. Segundo ela, “As Marianas são muitas. Se fundem em várias. Elas não me permitem dizer quem elas são. Cada leitor ou leitora irá descobri-las no livro. Não tenho nenhuma autoridade sobre elas.”
Eliane Marques tem realizado neste mês de julho apresentações na Unilab, campus dos Malês, na cidade de São Francisco do Conde, participou de vários encontros pelo estado baiano, incluindo o Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia.
Os livros podem ser adquiridos diretamente na loja virtual do selo Orisun Oro e na livraria Taverna, em Porto Alegre (RS).
Comentários