Cultura é algo realmente grandioso: tapioca uma memória da Bahia

Tapioca enrolada com queijo muçarela

Experienciar o sabor e o perfume das coisas, o desenho das ruas e das casas. Formas de expressão e vocábulo: vivemos em um país incrível e diverso. 

Eu morei por volta de seis ou sete anos na Bahia, em Vitória da Conquista, e me lembro que demorei muito a gostar de tapioca. Cada região do nordeste tem um nome específico e variações desse prato, porém, com ou sem recheio eu costumo chamar de tapioca. A massa também recebe denominações diferentes em cada região do Brasil. Em Goiás, por exemplo, chamamos de polvilho, no Piauí, goma, e na Bahia, massa. E como se chama na sua região?

Foi depois de uma cansativa viagem de carro até Ilhéus que eu experimentei a melhor tapioca da minha vida: fécula de mandioca hidratada, tomate, muzzarela, orégano e azeite. Lembro que aquele sabor penetrou minhas papilas e nunca mais me esqueci. Depois voltei a comer tapioca de marguerita na Ilha de Itacaré, apenas para ter a certeza de que, a partir daquele instante, eu, definitivamente passava a gostar de tapioca.

Todavia, o intervalo entre comer pronta e fazer em casa foi grande, até que ao morar em Teresina, no Piauí, tornou-se hábito fazer tapioca pelas manhãs ou tardes. No entanto eu só sabia dobrá-las em meia-lua e ficavam muito secas.

Em um dia comum dialogando com a minha amiga Luci Mara sobre amenidades, começamos a falar sobre comida: um dos nossos assuntos favoritos. Ela então me ensinou algumas técnicas práticas para manter a fécula hidratada por mais tempo e facilitar o preparo. Peneirar toda a massa e guardar em pote hermético na geladeira, fiz assim por alguns meses, mas confesso que prefiro guardar a massa em pote hermético e peneirar no ato do cozimento, já dentro da frigideira.

Aqui vai uma dica supersimples:

Você vai precisar de uma frigideira antiaderente ou caso não tenha antiaderente vai precisar untar com azeite ou manteiga. Quatro a cinco colheres de sopa de fécula de mandioca hidratada, e uma peneira. Peneire dentro da frigideira fria e forre toda a base de forma uniforme. Certifique-se que a camada é espessa o suficiente, porém não grossa. Leve ao fogo médio, vire o lado debaixo da sua tapioca para cima, de modo que possa cozinhar os dois lados. Revire de volta e recheie com uma fatia de muzzarela. Depois enrole no formato meia-lua ou enroladinho, como essa aqui. Essa é uma dica simples e faz parte das minhas refeições intervalares.

A variação de recheio é da sua preferência. Eu adoro inventar, já fiz com atum, ricota, cottage, tomate e orégano... enfim, deixe fluir a sua criatividade e voilà!

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