DEDICO...

Aos andróides negruscos,
vadios pelas ruas
mendigos e cadáveres não identificados
sonhos herdados
e contradições

Aos obesos
e às fétidas criancinhas pobres
feios e torpes senhores pagãos
corações solitários sofrendo insônia

e à dona Francisca,
por toda descrença
e desgosto

Às Marias, Terezas, Josés e Eurípes...
todos que desconheço...
submersos no limbo
frívolo do sorgo

Às feias,
magérrimas,
corcundas
aos
caquéticos
insolúveis
e feios

garotos e garotas
de programa
da TV
e do corpo

analfabetos,
belos

índios, japoneses, negros e louros
cancerosos, diabéticos, aidéticos...
condenados e loucos, gays e sádicos

À dor e ao sexo,
milagre e tédio
dos vivos e mortos

À toda escória sempre lembrada
aos potentados e seus ministérios
à toda razão...
à Glória!

Comentários

Maria João disse…
Enterneceu-me o acolhedor lugar que todos têm neste teu belo poema...
Parabéns, Túlio.
Um abraço
Maria João Oliveira
Que ótima abordagem...necessário mesmo uma análise mais aprofundada sobre estes tais contos de fadas recheados de caramelos e preconceitos...

beijao...

adorei que tenhas voltado a caneta para o blog, outra vez...A Gata também tem teixado a preguiça de lado e voltado, aos poucos, a postar...