Conto Girândola publicado na Antologia Amante das Leituras 2012

Ilustração do pau­lis­tano Fido Nesti (Frederico Nesti). Um dos ilus­tra­do­res de maior evidência e circulação no país, com dese­nhos na Gazeta Mercantil, no New York Times, em capas de livros, na piauí. Acesse o blog dele e conheça o universo de ilustrações criadas por ele.


“Arrenego desta casa, auê
Que tem uma porta só, auê
Como gérê, como gérê, como érá.”
(do folk-lore baiano: O Quibungo e o Homem)

Durante uma tarde clara, alegre, quente e vibrante, sob um céu azul nítido e esvaziado de nuvens, seis crianças brincavam de ciranda numa rua de um pequeno bairro da periferia. Uma região de pobreza avultada, recheada com casebres cobertos com telhado de amianto, cercados com muros de placas pré-moldadas e pequeninas porteiras. Ao longe, sentado sobre uma extensa parte do passeio sobre uma grande área de terra, Inácio brincava sozinho e observava as crianças em alegria incontida. Abandonando-se em uma ação pueril e solitária, o menino revolvia a terra fofa e vermelha que acentuava a cor preta dos seus pequenos e finos braços e pernas.

(Pequeno trecho do conto Girândola de Túlio Henrique Pereira, publicado na ANTOLOGIA AMANTE DAS LEITURAS 2012, em Novembro na cidade do Porto/Portugal).

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